A fumacinha assobia
Chamando a cozinheira
Anunciando que a massa
Tá pronta na cuscuzeira
-Pode passar o café
-Pegue galfo ou cuié
Que o cuscuz tá de primeira
Ovo frito ou queijo assado
Tudo com ele é bom
Pode ser doce ou salgado
No almoço ou no jantar
De manhã pra acordar
Cuscuz com leite molhado
No nordeste ganhou fama
Por trazer muita sustância
Mas no resto do Brasil
Também comem em abundancia
Todo o tipo de mistura
Não interessa a cultura
O cuscuz é uma constância
É índio, branco e preto
Muié, véi e menino
Africano ou europeu
Brasileiro ou palestino
Todo mundo se agrada
Com uma boa talagada
De um cuscuz no
intestino
O cuscuz também agrada
Por ser fitness e nutritivo
Sem glúten, nem conservante
Não traz nenhum aditivo
Pode comer a vontade
Que a única dificuldade
É parar sem ter motivo
É o pão do sertanejo
Já disse nobre escritora
Alimenta não só o corpo
Mas a fé que é traidora
Quando a seca castiga
Só resta uma pobre espiga
Pra recomeçar a lavoura
Nesse derradeiro verso
Da comida mais popular
De cumê de pobi e de
rico
Do mais fino paladar
E pra quem tem pouco recurso
Encerro o meu discurso
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